Publicado em: 21/07/2018 - Autor: Roselene Borges Kopak
Existem dois tempos bem definidos na vida dos filhos: O nascimento e a libertação. Geralmente as mães esquecem que entre o nascimento e a libertação do filho existe um intervalo de tempo muito importante que deve ser administrado com muito cuidado. Tudo está em formação até o filho completar 21 anos, encerrando com a formação acadêmica.
No caminhar na terra de uma forma evolutiva, entender que as escolhas do filho está ligada a educação primeira dos pais e de um LAR imprescindível de amor, harmonioso e salutar. Quando uma família consegue ser um recanto de fortalecimento, instrução, melhoramento contínuo através do amor raciocinado, afetuoso e amoroso, o filho cresce fortalecido para a vida em sociedade. Mas quando isso não acontece, na vida adulta a resposta vem através de escolhas equivocadas, dores e sofrimentos oriundos de uma educação muitas vezes exercida por terceiros, onde não existia um caminhar de mãos dadas com o amor em prol de uma formação alicerçada na ética e moral, e estas escolhas afetam todos os familiares que de uma forma ou outra são envolvidos neste contexto de desajuste.
Não esquecendo que o compromisso da educação dos filhos é dos pais, sendo primeiro através da mãe, pois este vínculo já começa na gravidez quando recebe a notícia que está grávida e a partir dali a mãe se entrega a um sentimento de cuidar daquela vida que está sendo gerada para que este filho tenha todos os cuidados através dela a partir da gestação. Quando no seio familiar vem a notícia de uma gravidez, todo aquele ambiente doméstico denominado de lar se modifica para receber um Ser que precisará ser preparado para vida, inconscientemente o movimento naquela família começa mudar. Os planejamentos começam a ser outros, ou seja, é uma nova vida, um serzinho vindo totalmente dependente dos pais. Neste momento, muito mais dependente da mãe, pois será ela quem vai gerar, cuidar, trocar emoções e sensações durante nove meses. Um grande aprendizado de amor e doação. Doação até mesmo do corpo que muda a cada dia sem que a mãe reclame, pois ela pensa somente no bem estar deste pequeno ser que está vindo e cada dia que passa se aproxima a sua tão esperada chegada. Quando nasce, a família muda novamente, não porque os pais querem, mas porque tem um novo integrante na família que precisa de todos os cuidados e atenção, principalmente da mãe nos primeiros meses de vida em tempo integral, onde mãe e filho estão praticamente ligados um ao outro até o filho entender que pode de alguma maneira, fazer algo sozinho.
Ser mãe é uma dádiva, pois é através deste ato de amor ao gerar e dar vida a um filho que nasce totalmente dependente de cuidados tanto biologicamente como espiritualmente para que este filho não se desvie do caminho do bem maior, na maioria das vezes esta mãe se desdobra em cuidados. Ser mãe é um compromisso tão sublime e ao mesmo tempo requer um esforço no trabalho diário de dedicação e cuidados 24 horas, o lenitivo para esta criação é imprescindível de um amor raciocinado, pois é através desta caminhada que desencadearão as escolhas do filho no futuro, onde estas mães se realizarão ou vão se sentir culpadas, pois nem sempre os filhos triunfam na vida.
Por isso muitos dizem...
“Mãe é sofrer no paraíso”.
Se pararmos para pensar, essa analogia nos dá o pleno sentido da essência de ser mãe. Paraíso quer dizer um estado de conforto, uma vida com estabilidade, um lugar em harmonia para viver, um espaço no universo onde reina o equilíbrio, este será o paraíso do estado físico da mãe. Portanto, se seu filho se perdeu na sua caminhada terrena através de suas escolhas e hoje sofre pelas escolhas que fez, eu te pergunto: Como esta mãe sente-se ao saber que o filho não vive bem, não está bem e provavelmente vai viver uma vida de conflitos? Ainda por um período ou tempo não determinado será que esta mãe será feliz? Não, acredito que não, pois as mães estão conectadas com seus filhos, mesmo que ela viva em conforto material ela sofre pela ausência da boa vivência do filho, ela sofre pelas escolhas não bem sucedidas feitas pelo filho, são sentimentos ocasionados pelo exercício da culpa, ela não sabe do que, mas ela inconscientemente sabe e sente que em algum momento da educação transmitida ao filho falhou.
“Isso é sofrer no paraíso”.
São condições terrenas, tanto físicas como espirituais onde a mãe mesmo vivendo confortavelmente padece vendo o filho numa condição infeliz.
Quando na caminhada terrena o filho triunfa, a mãe sente-se vitoriosa e também merecedora desta conquista, mesmo não estando no pódio recebendo os aplausos ela sente que faz parte desta conquista. Mas quando o processo é inverso, esta mãe sente-se aprisionada por um sentimento de ter falhado em algum momento, não ter cumprido o processo de criação e educação da forma que deveria ser, para que através dos ensinamentos éticos, da educação pautada no amor pleno e do conhecimento, pudesse lhe dar a base sólida para a tão difícil e evolutiva caminhada terrena.
Quando Jesus disse “o amor cobre uma multidão de pecados”, ele quis dizer que o amor acolhe, acalma, ampara, elimina a dor em sofrimento da alma. O amor é o primeiro passo para o acolhimento, não excluindo quem quer que seja do núcleo familiar. A mãe é o instrumento vivo para fazer esta conexão, jamais deixando um filho ser ou sentir-se excluído, não importando a condição dele naquele momento, mas vislumbrando que existirá um amanhã onde certamente ele lembrará que aquela que lhe deu a vida não o abandoou num momento de muita dor e sofrimento, ela esteve em todos os momentos do seu lado, mesmo longe em oração e com seu poder de mãe que ama, alcançava e acalmava aquele coração sofredor. O amor de mãe é o maior incentivo gerando uma força muito grande neste filho de procurar se melhorar e dizendo para esta mãe “Mãe! Você esteve do meu lado, me amou, me amparou, me consolou e me fez sentir mesmo adulto aquela criança novamente acolhida em seus braços” e assim ele certamente vai querer se melhorar não pela mãe, mas pelo amor desta mãe que não deixou o seu coração endurecer. Na maioria das vezes a mudança se inicia através do autoamor desta mãe por seu filho que será sempre seu filho quer no caminho certo triunfando ou no caminho de atalhos onde será testado e terá que fazer exames e novas provas, pois repetiu nas lições. Mas esta mãe acredita no seu amor e continua com suas lições neste momento não de educar, mas de reeducar.
Estar sempre presente para os filhos e vivenciar sua vida é como se os pais se antecipassem a uma escolha, pois se os pais conhecem seu filho, eles sabem como conduzi-los e o que cobrar dentro das possibilidades e limitações de cada um e assim dia a dia estará construindo juntamente com seu filho o passo seguinte de sua caminhada de aperfeiçoamento aqui na terra. Jamais os pais poderão entender o que seu filho sente se não participaram de sua vida desde o momento que ele começou a ser gerado no ventre de sua mãe. E é preciso acompanhar gradativamente as fases de crescimento do filho, pois somente isso lhe possibilitará andar lado a lado, aconselhando e encaminhando para o futuro.
Receber um filho no seio familiar, educar, amar e prepará-lo para alçar voos, requer fazer escolhas e sacrifícios. Se analisarmos que na vida só podemos optar por um caminho, não é fácil abrir mão muitas vezes do lazer e encontros sociais para dar atenção aos filhos. Na vida não existe dois tempos... Existe somente o tempo presente, o amanhã ainda está por vir.
Quando eu abordo que existem dois tempos bem definidos quanto aos filhos que são o nascimento correspondente ao 0 anos e após seus 21 anos que chamamos da libertação do filho. Eu chamo este tempo de intervalo onde este filho vive na sua primeira infância com a família e os ensinamentos que ele aprende são através dos exemplos e os pais dirigem a vida deste filho, pois ele como não tem nenhuma informação nesta tenra idade absorve tudo e grava no seu disco rígido, sendo dependente ele obedece aos pais nos seus ensinamentos sejam eles transmitidos ou exemplificados, mas a partir dos seus 21 anos ele só respeita e aceita conselhos e sugestões, então falo deste intervalo de suma importância como a primeira educação. Já na fase adulta depois dos 21 anos, podemos usar o tempo presente, pois é o único no qual podemos reparar o passado como oportunidade de uma reeducação agora pautada num amor raciocinado e um conhecimento mais amplo numa visão sistêmica para com nossos maiores compromissos que são nossos filhos.
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Muita Luz!!!
Rotinas Saudáveis é uma empresa de consultoria que atende pessoas e famílias, aplicando atividades de apoio para solução de conflitos. Muitas vezes entender um pouco mais sobre nossa vida já é suficiente para aliviar o excesso de peso psicológico que carregamos sem perceber.