Publicado em: 14/03/2019 - Autor: Roselene Borges Kopak

Estamos vivenciando nos dias atuais uma transferência de responsabilidades e deveres.  São pais transferindo para as escolas a educação dos filhos, filhos transferindo para instituições e cuidadores os cuidados com seus pais de idade avançada. Vivemos uma corrida desenfreada pela conquista financeira, poder, ostentação, nome, sobrenome, um lugar na sociedade, tudo isso junto e cada vez mais de forma muito competitiva.

Não sobra mais tempo para uma conversa com os filhos, com a esposa, um café pela manhã com todos sentados à mesa, uma conversa no final da tarde sentados no sofá numa grande sala, ou ainda um jantar onde todos pudessem relatar como foi seu dia, contar suas frustrações, pedir conselhos, falar com alegria de seus sucessos, traçar metas para o dia seguinte. Infelizmente falta tempo, quem diria a 20 anos atrás que o tempo iria valer tanto nos dias atuais.  O tempo, o tão famoso tempo. Quanto custa nos dias atuais uma hora, um minuto ou até talvez um segundo de um grande executivo de uma renomada empresa?

Hoje muitos integrantes da família formadora de valores, princípios, ética e moral estão clamando e pedindo muitas vezes um tempo na agenda do gestor: (Patriarca ou matriarca) que constitui esta sociedade chamada família. Quando abrimos nosso computador, nosso celular lá está conflitos familiares dos mais diversos possíveis, para não falar em tragédias geralmente envolvendo jovens, crianças que estão desabrochando para a vida. Muitos jovens ainda vivendo a primavera de suas existências terrenas escrevendo o inicia de seu livro chamado “vida”; Ai paramos e nos damos conta que temos que colocar o pé no freio, parar, pensar, refletir e voltar alguns dias, meses, anos para retomar de onde paramos de administrar a tão importante célula família. Muitos ainda conseguem se reorganizar outros mesmo com a ajuda de profissionais não conseguem curar as máculas, feridas e cânceres causados pela ausência da figura educadora primeira, faltou tempo novamente o tão famoso tempo.

Nascemos, fomos crianças um dia, crescemos, nos tornamos jovens, adultos, pais, avós, mas o tempo não parou, ele passou, fez o curso normal da vida. Fazer escolhas requer sabedoria e equilíbrio.  É como um garçom segurar uma bandeja de copos cheios e vazios, ele precisa ser malabarista para não deixar a bandeja cair, assim é nossa vida em família aqui neste planeta tão grande chamado terra. Será que estamos sendo um grande malabarista? Ou será que estamos esperando o tempo resolver nossos problemas?

Por mais que os anos passem e a tecnologia muda e transforma as pessoas, mesmo assim sempre vamos fazer escolhas, em virtude destas escolhas não podemos deixar de exercitar os valores adquiridos ainda quando criança, geralmente passado pelos nossos pais. Dentro deste contexto a família vem como uma pequena sociedade que vive uma ordem de amor e recebe um filho no seio familiar para educar, amar e prepará-lo para alçar voos, neste caminhar requer muito conhecimento alicerçado ao amor incondicional, porém raciocinado. Se analisarmos que usamos muitas das vezes o termo sacrifício como sofrimento no contexto de criar e educar um filho. Sacrifício significa: Sacro, sagrado, ofício, trabalho, ou seja, o sagrado trabalho de encaminhar o filho para ser livre e fazer escolhas quando adulto, pautado neste amor como norteador de sua caminhada terrena podemos chamar este amor de “amor consciente” aquele que pensa, raciocina e pondera suas tomadas de decisões.

Estar sempre presente para os filhos e vivenciar sua vida é como se os pais se antecipassem a uma escolha, pois se os pais conhecem seu filho eles sabem como conduzi-los e o que cobrar dentro das possibilidades e limitações de cada um e assim dia a dia estará construindo juntamente com seu filho o passo seguinte de sua caminhada de aperfeiçoamento aqui na terra. Jamais os pais poderão entender o que seu filho sente se não participaram de sua vida desde o momento que ele começou a ser gerado no ventre de sua mãe. E é preciso acompanhar gradativamente as fases de crescimento do filho, pois somente isso lhe possibilitará andar lado a lado, aconselhando e encaminhando-o para o futuro.

Quanto à educação, aquela pautada em virtudes. Sim virtudes, porque o que constrói um ser humano de bem são suas virtudes. A escola não tem nenhuma responsabilidade ou comprometimento de educar nossos filhos e sim transmitir conhecimentos pautados na ética, moral e justiça. Quando dizemos nossos filhos é porque eles são nossos, mesmo sendo um empréstimo de Deus por um tempo pré determinado, o que quer dizer que somos os primeiros responsáveis nesta educação ética e moral dentro dos nossos lares, pois somos os primeiros educadores neste educandário de amor onde a família é o alicerce de sustentação nesta vasta caminhada terrena, é neste educandário que nos deparamos com a educação primeira onde são o encontro de pessoas que precisam se ajustar e se aperfeiçoar. Onde os membros que congregam num seio familiar veem para se amar, se ajudar e conviver como irmãos em amor fraterno e comunhão.

Muita Luz nesta caminha terrena evolutiva...

Rotinas Saudáveis é uma empresa de consultoria que atende pessoas e famílias, aplicando atividades de apoio para solução de conflitos. Muitas vezes entender um pouco mais sobre nossa vida já é suficiente para aliviar o excesso de peso psicológico que carregamos sem perceber. 

A educação primeira e o tempo